Dezembro mês da aproximação, festas, dinheiro, gastos, choros, alegrias e presentes.
(A o ano foi como um elevador que mais desceu que subiu)... mas foi um ano longo e desse ano se leva mais alegrias que tristezas, conhecemos pessoas novas algumas que o contato vai se manter e outras que talvez nem veja mais... Acho que Dezembro é mesmo o mês de ser “bonzinho”. A maioria das pessoas passa o ano inteiro, sem pensar na maioria das pessoas que faz parte da vida dela.
Dezembro é
(quase) mês da riqueza dos pobres, que recebem doações inesperadas. Chega às
favelas, todo lixo dos bairros de gente rica, ou 'ascendente ao posto'. São
roupas, calçados, móveis, electrodomésticos e até alguns electrónicos tudo o
que foi substituído por outros produtos de melhor qualidade.
Alguém pode
até dizer: “Que bom que existe Dezembro ” Nada contra, sinceramente. Mas não
consigo deixar de pensar, vivenciando Dezembro, nos outros meses de cada ano
que passa.
Em Janeiro
me parece, a maioria das pessoas desperta (do 'entorpecimento de bondade',
ficam as lembranças), com as cobranças para pagamento das contas feitas a
crédito, no final do ano. Fevereiro é mês de Carnaval e poucos ainda falam no
“natal passado”, ou na “festa da virada de ano”. Com o Carnaval vem o
movimento, e tudo volta, senão ao 'normal', ao ritmo habitual: trabalho,
escola, mil e uma correrias.
Não demora
muito (“o tempo voa” - cada vez mais pesado), e outro Dezembro chega. Como agora
Dezembro só é especial, por que você, por que eu, por que a maioria de toda
gente resolvemos, juntos, torná-lo especial. Se você pensou até aqui, deixa
dezembro ser dezembro, bem do jeitinho que é, mas vá adiante: se permita à
humanidade, também, em janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho,
agosto, setembro, outubro, novembro, e outro dezembro, e mais um janeiro, e
outro fevereiro, e março, e abril, e maio, e junho, e julho, e agosto, e
setembro... Todo final de ano, a gente dá uma sacudida na historinha, que é
sempre a mesma: prometo não cumprir o que prometo. E lá vamos nós prometendo
coisas para realizarmos (?) no ano novinho em folha, que está por chegar. Não
há limites.
Os mais económicos e práticos tratam logo de buscar a agenda do final do ano passado,
reforçar a promessa, soprando a poeira do tempo que passou. Promessa pra si
mesmo é sempre uma coisa boa, saudável, acho eu. Penso que prometer aos outros,
seja quem for, é comprometer-se demais com o que a gente nem imagina. Sei lá.
Não costumo prometer coisa alguma – nem a mim mesmo.
A verdade é
que a maioria aproveita o finalzinho do ano, pra prometer que “ano que vem,
sim, vou fazer aquela dieta”, ou “vou parar de beber”, “vou parar de fumar”,
“vou abrir uma caderneta de poupança”, “vou procurar um trabalho que me dê mais
dinheiro”, “vou escrever um livro, plantar uma árvore, ter um filho” (nem
sempre nesta mesma ordem), etc, etc, etc e tal. Acho mesmo que promessas assim
são feitas pra renovar as esperanças, ou a esperança de uma “vida nova”. Mas
promessa é só promessa cumpri-la é outra história. Continuamos agindo assim,
até a morte, que chega, antes ou depois de qualquer final de ano...
Agora é assim: faço um texto por mês, e alguns não ficam 1 dia sem ler!
Textos que alguns dizem esse até eu faria! MAS NÃO FEZ.