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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Retrógado

Sensação momentânea que vem e vai constantemente, sendo de diversos pensamentos, que são criados em formas de milésimos de tempo, mas que levam anos de esquecimento, agora, após muito me abdicar a leituras, de procurar entender o porquê eu não sabia lidar com os abandonos, que a vida me propôs a levá-los. 
Muitos, muitos, dias de solitária e frias horas, até meses que os abandonos iam sendo esquecido por eu, mas todos de alguma forma protocolados em lembranças de encontros, datas, diversas recordações... são, tem umas que eu nem creio que não consigo esquecer, outras que eu custo mas volto a lembrar, e sobre os fardos, eles vão chegar, quando você notar, já adotou ele e tudo, já não consegue viver mais sem ele, mas o porem é que conforme tu não diminui a carga, chega uma hora que sobrecarrega, e ai? – E aí! Há daí tu ou acumula todos e faz um grande malabarismo para equilibrar tudo, enfim, hoje vejo fardos que carreguei que de alguma maneira saíram de minha responsabilidade, não por conta minha, e sim todas por iniciativa própria até mesmo o forte fingimento de amnésia que tenho como causa de efeito colateral após, ou passar meses trabalhando ao meu lado ou até mesmo dividir um colchão comigo no chão que seja, estar sentada comigo em algum banco de uma praça qualquer de nome europeu, cursar algum ano de alguma faculdade ou técnico que fiz, estar comigo em um natal ou ano novo, aniversários de ambos, datas comemorativas com significados internos, até mesmo dividir o sofá pra apenas olhar o programa do Jô Soares, ter ficado conversando comigo por horas no ‘msn’, ter me enviado qualquer mensagem de texto no celular/ligado/atendido, ter me dado presentes, até mesmo ter sonhado comigo, ter tomado chimarrão comigo em algum lugar do planeta, ter tomado uns latão/’litrão’, ido no cinema comigo entre outros efeitos colaterais de forte amnésia que após qualquer proximidade ou contato comigo causa, (pelo menos é a impressão que eu tenho nesses longos 12 anos tentando se relacionar com alguém), são causas graves, de alguns fardos inacabados em meu “porão/♥” aquele onde em uma época era um campo verde com margaridas e borboletas voando, hoje esse lugar se encontra com a grama amarela e seca as borboletas ali não habitam mais, e o que toma conta do inexistente verde de uma linda natureza hoje é tomado por cigarras e um lobo com síndrome de domesticado que não sabe se volta pra alcateia ou procura algo que faça esse lugar ser habitado novamente por uma luz linda e muita alegria recíproca novamente, dizem que indireta ela só afeta quem tem algo pendente ou acha que tem com certa pessoa, e se ofende com o que leu, então esse fardo que estou lhe propondo a refletir, como sempre digo se chegou até aqui lendo, obrigado, e digo que além disso, eu aguardei 20 dias para escrever e a muitos dias pedindo que tivesse chuva, pois ao momento que sento para escrever, começou uma chuva e emanou o cheiro que me agrada o de terra molhada, 29 Fevereiros e descobri que uma eu já amei... Mas ao findar das angústias e noites em claro e o cessar das lágrimas insistentes que teimavam em cultuar minha história, agora não dói ouvir seu nome, a boca já não seca ao ver suas fotos, e o coração não dispara se um dia eu vela, depois de um tempo cessei a dor do luto, a experiência surge para nos abraçar, abraços de acalento solitários, o qual mergulhei com trajes de sinceridade no rio da reflexão singular, tempos de emergir sem lamentos, trago comigo uma dor e gratidão.
Obrigado por abandonar a história!
Não o fosse assim, até hoje eu estaria escrevendo no Word as páginas do livro que eu terminei, devanear nome de filho que sonhava ter, iria imaginar nós dois em qualquer lugar juntos, ainda mantive viva a certeza de que mesmo com as nossas brigas, tudo acabaria com você entrando por uma igreja de véu e grinalda, e eu com lágrimas e sorrisos a te esperar.
Pois as lágrimas chegaram, mas sem sorriso, e após tudo isso eu percebi o quanto havia deixado de viver, para existir apenas para uma vaga lembrança única e singular, e tu não teve culpa disso, fiz porque quis.
Mas o abandono acabou com tudo! E também com os meus erros, eu te amei como se não houvesse amanhã, mas ele veio, eu estava só. 
Minha vida acabou e eu tive que inventar uma outra... Obrigado! 
Pois nessa vida eu não preciso fingir ser outra pessoa, não tenho que desfazer amizades ou desistir de sonhos por causa de você, aqui eu não vivo sobre o medo de alguém me abordar, pois nessa nova vida o personagem principal sou eu.
Obrigado por me abandonar! Sua partida desfez o meu maior sonho, mas agora vivo um sonho maior. E a gratidão não é sarcástica, é sincera! Pois agora já não há medo de abandono, pois tenho a mim. 
E isso basta pra ser feliz. 






“Afinal com o tempo você descobre que a intimidade física, a rigor, é utópica, só vale como símbolo da intimidade definitiva no céu.
Os nenéns são uma compensação que Deus nos dá para aliviar a tristeza da separação corporal invencível.”

Vânderson Santos, Porto Alegre 20/02/2018 vS’’ 02h58