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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Entre o SIM/NÃO/TALVEZ! ou Silêncio

(Eu)
Sempre sofri com a expectativa. E não tem coisa pior que focar suas energias à espera de algo que não depende de você fazer acontecer.
O silêncio para os iludidos é o mais sonoro sim.
Pros pessimistas, é um não absoluto.
E pros desconfiados, um talvez muito talvez...
É você não saber, não tirar a dúvida, e se arrepender por não ter sequer tentado descobrir.
É muita agonia por coisas às vezes tão simples.
A simplicidade é relativa, eu sei.
Acho que é por isso vivo tentando encontrar modos de me livrar do peso que é não me permitir dar um passo por conta da própria inércia (falta de ação).
Ser bastante tímido em certas situações.
E descobri que timidez é o medo de ter arranhada a própria vaidade.
É ignorar que todos possuem imperfeições. E é o pavor de se mostrar imperfeito.
Geralmente isso acontece com quem gosta de ficar (apontando muito o defeito nos outros, maldizendo-os, maldando tudo, julgando e condenando...)
A autoestima e nossa timidez, variam seus graus de acordo com a nossa dificuldade em lidar com a vaidade. Quanto mais vaidosos e isso pode não ter nada haver com beleza física!
(E toma a dose do orgulho também, que é por conta da casa!)
A construção da solução: percebi que se eu me livrar da parcela de RESPONSABILIDADE que me cabe numa decisão, a pressão desaparece. A dor que mais me atinge não é nem a da decepção, nem a da negativa ou da rejeição: é a da incerteza.
Diante de uma responsabilidade que depende de dois lados, quando se decide tomar uma mínima iniciativa, a nossa rodada termina e passamos a simplesmente esperar a vez do outro jogar.
Simples, mas nem sempre é fácil esperar... Por isso o essencial exercício da paciência de sempre.
Mesmo que um lado não se ache responsável, a decisão pelo "não participar" já o faz partícipe da ação.
Dá-se o primeiro passo e espera-se o segundo, vindo do outro.
Não sei pros outros mas pra EU, isso faz toda a diferença.
É o que me indica a doce prisão, ou a embriagante espera ou a solitária liberdade.
Vê que cada uma das consequências possuem interpretações variáveis?
A doce prisão de estar com alguém que se goste.
A embriagante espera entre a solitária liberdade e a doce prisão.
A solitária liberdade que permite tanto vôos para novas tentativas quanto para aprendizados que só estando a sós para absorver.
Ainda assim, sou de observar muito antes de decidir tomar uma iniciativa. Não é porquê preciso agir que vou me precipitar e sair atirando pra tudo quanto é lado, me expondo e expondo aos outros. É sempre importante manter a calma para descobrir detalhes que poderão ser fundamentais para uma iniciativa futura.
Sem pressa, deixar o tempo fazer parte do trabalho pesado e começar a definir como devo agir sem muito sacrifício.
Lição importante: não se deve valorizar o que ainda não se sabe se realmente merece ser valorizado. Que dirá supervalorizar o desconhecido. Já cansei de por tudo a perder por conta da burrice de querer agradar a todo custo, crendo que assim se conquista sempre, com garantia. Dependendo da ênfase que se dá ao elogio, acaba que o outro acredita mesmo e se sente a última batata do mc donalds.
A culpa é de quem?
Em primeiro lugar, já percebi que de alguma maneira preciso dar meu jeito. É preciso vencer parte da maldita timidez. Dar a entender da minha situação, da minha posição. E de preferência, de forma discreta. Quanto menos se tem a oferecer, menos se deve expor-se, e menos ainda constranger ao outro.
Fora que essa coisa de chegar chegando não é definitivamente a minha praia. Pra nenhum tipo de situação, para sondar, avaliar ou conquistar alguém ou alguma coisa.
Alguém vai lembrar que o silêncio também pode ser o troco.
Só que já descobri também que até o silêncio tem limite. O silêncio é resposta pra quem o investiga. Dependendo da circunstância, ele, em algum momento vai finalmente pender para o sim, para o não ou até para o talvez. Cabe a quem o recebe decidir o tempo em que ele serve como sinal de espera e o que ele significa francamente.
Conheço muita gente que quando questionado adora fazer uso do silêncio excessivo, exagerado. Adora deixar aquela dúvida, aquela porta entreaberta, e tudo por egoísmo.
(A maioria destes é carentes e de baixa autoestima. Precisa de ter sempre alguém lhe cortejando, lhe bajulando, inflando-lhe o ego, ou a vida perde o rumo. Usam os interesses dos outros sobre a si como referência para a própria vida.)
Tenho procurado não alimentar mais esse tipo de coisa. Posso esperar, é claro, mas tem data de partida.
Desde que aprendi que podia jogar a parte devida da responsabilidade para o outro lado, passei a dormir melhor.
Assim, o sim, o não e o talvez tiveram finalmente seus valores ajustados.
O tempo começou a render mais por não perdê-lo tanto sobre a incerteza.
O coração também ficou mais saudável, mesmo quando a decepção com a resposta se apresenta.
Por fim, a cabeça reagiu melhor, aliviada pela consciência de que fiz a minha parte, o que podia fazer.
Leva-se flores para alegrar ou para consolar?



 Porto Alegre 13/10/2015 Zona Norte 01;40 reedição de Vânderson Santos

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